domingo, março 09, 2008
Pela janela
Aquela garota tinha algo que me atraía. Na verdade, tinha várias coisas que me atraiam. Sua pele clara e os cabelos negros davam um belo contraste. O sorriso a fazia parecer bem safada, e não só o sorriso mas o seu jeito também. Tinha lábios finos, boca delicada. Queria uma oportunidade de ficar a sós com ela. Até que um dia aconteceu.
Um daqueles encontros casuais em uma loja de CDs começamos a conversar sobre música. Seu gosto era parecido com o meu mas tinha muita coisa que a agradava que eu mal ou nunca tinha ouvido falar. Ela me convidou para ir à sua casa no dia seguinte para me apresentar algumas bandas que eu não conhecia.
Enquanto ela se trocava fiquei olhando pela janela, vendo meu apartamento no prédio em frente. Não tinha muito o que ela ver dali, não saberia dizer se eu estaria só sem camisa ou sem calças também. Não me surpreendi quando elaapareceu o tipo de roupa que costumava usar quando eu a espionava: calcinha e blusa somente. Andava descalça de lá pra cá falando de música e mostrando CDs como se eu estivesse tão interessado em ouvir quanto estava em vê-la ali tão perto, sentir seu cheiro. Sua voz era mais agradável que qualquer uma daquelas músicas que ela me mostrava. Meus ouvidos pareciam meio desligados e só acordaram quando ela colocou uma das minhas bandas preferidas para tocar, The Who.
"Essa eu já conheço" disse a ela, e seu sorriso me respondeu que ela já sabia disso "Está na cara, né?". Aquele sorriso safado de novo, com olhos convidativos e tímidos. Ela estava perto o suficiente para que eu pudesse sentir o seu cheiro e o leve o toque de sua perna. Ela se levantou de repente e ficou olhando pela janela, parecia observar o meu apartamento.
Eu a abracei por trás de leve beijando sua nuca. Ela reclinou a cabeça para o lado como que oferecendo seu pescoço para mim. Aceitei mordendo devagar, passando minha língua pela sua orelha, beijando, abraçando mais forte. Seus braços percorreram os meus e vieram me abraçar por trás, buscou minhas costas, minha bunda. Eu acariciava sua barriga por baixo da blusa, minhas mãos subindo pelo seu corpo enquanto ela suspirava e largava seu peso em mim. Sua boca encontrou a minha e nos beijamos enquanto ela se virava e me segurava pelos cabelos, o beijo ia ficando mais intenso, o abraço também. Nossas mãos percorriam o corpo do outro avidamente, buscando por carne, pele, sentindo cheiros, sabores. Sua blusa saía, as mãos entravam na minha bermuda, sentia seus seios em minha boca, suas mãos no meu corpo. Ouvia sua respiração cada vez mais forte, sentia o ar quente saindo de seu corpo. Ela mordia meus ombros, me apertava, suas unhas nas minhas costas, minhas mãos por dentro de sua calça.
A joguei na cama e a deixei só de calcinha, beijando suas pernas, seus pés. Ela os esfregava em meu rosto, em meu peito e eu os lambia, apertava suas pernas, ela me puxava para si. Fui puxando sua calcinha, menor do que eu imaginava, chegando perto dela, sentindo seu cheiro, mordendo suas coxas, suas pernas nas minhas costas me empurrando, suas mãos puxando meus cabelos, minha língua a invadindo. Ouvia seus gemindos, sentia seu gosto, puxões nos meus cabelos, sua carne nas minhas mãos.
Ela agora estava de bruços, eu beijava suas costas, mordia seus ombros, sua nuca. Ela tentava me agarrar o quanto podia. Conseguiu virar-se, me puxava para si com as mãos entre as minhas pernas. Beijava meu peito, mordia, mordia minha barriga, me abraçava, lambia. Sentia meu pau tocando de leve seus seios. Ela o tocava de leve com a língua, com os lábios. Sentia seu gosto, beijava. Logo o envolveu por completo com sua boca delicada. Demonstrou prazer e gula me chupando daquela forma, tentava engoli-lo inteiro, esfregava no rosto, lambia, beijava.
Voltei a beijá-la me deitando sobre seu corpo e a penetrando devagar. Ela me puxava e me prendia com suas pernas me beijando com força, parecia querer me devorar, me deixar eternamente preso ao seu corpo. Nos movíamos ao ritmo de uma música qualquer, pesada, com balanço, forte, mordidas, beijos, unhas, braços, pernas. Olhava em seus olhos, sugava sua boca, ela gemia a cada movimento.
Gozamos intensamente, nem sei quem foi primeiro, se é que alguém foi primeiro, que diferença faz? Seja como for, ainda hoje olho pela janela e pareço ouvir a voz de Roger Daltrey ao fundo.
Escrito por Murdock
sábado, setembro 01, 2007
A Dança
Vou começar a reativar o blog com alguns textos antigos. Pra começar, o último conto escrito pelo Murdock. Divirtam-se!!
Eu adorava dançar com ela, era algo diferente. Se bem que eu nunca soube dançar direito e por isso não tive muitas experiências na área, mas com ela sempre foi diferente. Me sentia bem e talvez por isso até conseguisse enganar ou realmente dançar bem.
Sentir seu corpo junto ao meu em um ritmo qualquer, o clima sensual nos envolvendo. Cada movimento sincronizado, a música nos envolvendo como lençóis em que não prestamos atenção mas sentimos a presença suave, somente compondo a cena. Nossos corpos suando levemente pelo movimento e pela proximidade do calor do outro. A textura da pele sentida através de leves toques das mãos nas costas, dos rostos colados, das mãos juntas. O cheiro dela me fazendo quase esquecer de onde estou, suas pernas tocando as minhas, envolvendo, sua boca na minha, passando pelo meu pescoço. Suas mãos segurando meus ombros com força, as minhas apertando seu corpo, acariciando suas costas, minha boca em sua orelha, beijando, mordendo, lambendo.
Sua respiração ofegante se confundindo com a música no meu ouvido, mudando meu ritmo e fazendo ela mudar o dela também. Sinto o cheiro do seu cabelo, sinto ele entre meus dedos, seguro, puxo. Suas pernas se enroscando nas minhas, sua pele morena e macia me deixando excitado, as unhas nas minhas costas, o suor se intensificando e molhando o lençol, o ritmo se alterando,se acelerando. A música se tornando orgânica, ofegante, gemidos, sussuros, beijos mordidas.
Pareço sentir sua boca em todo meu corpo, suas mãos me tocando por inteiro e eu sinto seu corpo como se estivéssemos nus, sinto seu gosto, a dança nos move como se fôssemos um só, parece que podemos nos sentir por dentro um do outro.
A dança com ela atinge um auge como um orgasmo e eu nem sei mais se consigo ouvir uma música no fundo.
Texto escrito por Murdock